A crise das iniciativas de integração na América Latina
O objetivo deste texto é discutir a crise das iniciativas de integração regional na América Latina na atualidade. O ideário de integração remonta ao início do século XIX, desde os processos de independência de nossos países, e as iniciativas neste sentido ganharam impulso a partir da metade do século passado, com a criação do Mercado Comum Centro-Americano (1960), da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (1960), do Pacto Andino (1969), da Comunidade Caribenha de Comércio (1973) e da Associação Latino-Americana de Integração, criada em 1980 para substituir a ALALC. As iniciativas tiveram continuidade com o MERCOSUL (1991) e adentraram ao século XXI com a criação da ALBA (2004), da UNASUL (2004), da CELAC (2010) e da Aliança do Pacífico (2012). Apesar de tantos esforços, os resultados têm sido escassos. Descontinuidades administrativas, falta de consenso interno entre os principais atores políticos de cada país e pouco apoio das potências estrangeiras são alguns dos motivos para o fracasso dos processos de integração na região. Apesar de propostas inovadoras e metas ambiciosas, pouco se tem avançado sequer em direção à integração dos mercados. A metodologia da investigação consiste na análise dos objetivos estabelecidos quando da criação das mais recentes iniciativas de integração regional da região (MERCOSUL, UNASUL, CELAC, ALBA e Aliança do Pacífico) e os resultados efetivamente logrados até o presente momento. Os aspectos a serem debatidos dizem respeito à conjuntura latino-americana, com o declínio das forças políticas de esquerda em vários países, que defendiam um projeto amplo de integração regional aos moldes, por exemplo, da UNASUL, e à concomitante ascensão de forças políticas de direita nestas mesmas nações, que advogam um projeto de inserção internacional da região e de cada um de seus países mais próximo dos acordos bilaterais de comércio, como defendem os EUA. Desta forma pretendemos debater tanto as fragilidades internas aos projetos de integração como as mudanças no cenário internacional, com a volta das políticas unilateralistas de Washington e a crise das instituições multilaterais como a OMC.