Cambios recientes de la politica exterior de Brasil en relación a América Latina
O objetivo deste artigo é discutir brevemente o tema da integração regional da América Latina desde a perspectiva do Brasil. Como se sabe, depois do fim prematuro do governo de Dilma Rousseff, através de um controvertido processo de impeachment, houve uma mudança radical na concepção, com o novo governo, sobre o papel do Estado em relação ao desenvolvimento econômico e social. Além disso, o governo Michel Temer trabalhou para mudar as prioridades da política externa que o Brasil teve sob os governos do PT e especialmente durante o mandato do ex-presidente Lula (2003-2010). E essa tendência tem se aprofundado com o novo governo de Jair Bolsonaro, num giro de 180 graus em relação ao período Lula. O conjunto de forças políticas que sustentavam o governo Temer, de centro-direita, não tinha a integração regional da América Latina, em seu sentido mais amplo, como uma prioridade, e com Bolsonaro isso é ainda mais evidente. Ao contrário, defendem uma inserção da América Latina no cenário global liderada por Washington. Defendem negociações para estabelecer acordos de natureza comercial e financeira entre os países da região e acordos bilaterais destes países com as principais economias do mundo. De fato a política exterior brasileira está atualmente estruturada na ideia de que durante os governos Lula e Dilma a mesma não foi presidida por critérios técnicos ou pelos interesses do país, mas sim por razões ideológicas e pelos interesses do governo do PT e de seus aliados que governaram outros países da região no período. A atual mudança de postura do Estado brasileiro em termos de distintos projetos de integração regional terá grande influência sobre os rumos da América Latina nos próximos anos. Seguem ainda por definirem-se questões como o futuro de iniciativas como a UNASUR e a CELAC, assim como as relações com a China e o papel do gigante asiático em relação ao desenvolvimento econômico da região.