A ECONOMIA DO TURISMO DE TRANSPLANTE, O ALICERCE ECONOMICISTA DO TRÁFICO DE ÓRGÃOS: O EXEMPLO DA AMÉRICA LATINA E DO SUL ASIÁTICO

O presente trabalho tem por objetivo mostrar a abrangência do tráfico humano para fins lucrativos estabelecendo a venda ilegal de órgãos como um crime organizado transnacional que se potencia no aliamento ao turismo de transplante ilegal. Utilizando-se de estudos das áreas interdisciplinares de Sociologia, Geografia, História, Direitos Humanos, Ciência Política e documentos e relatórios de organizações governamentais e não governamentais; a pesquisa opera-se acerca de indagações para o estudo do tráfico de órgãos (OTC - Trafficking in Organs, Tissues and Cells) realizando uma análise comparativa entre as regiões da América Latina e do Sul Asiático: 1 - Por que a prática ainda persiste posteriormente à promulgação e adoção da Declaração Universal de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas? 2 - Quem são as pessoas mais afetadas pelo comércio ilegal de órgãos. 3 - Quais são os potenciais mantenedores de tal conjuntura? 4 - Quais são as possíveis diretrizes de prevenção de tal prática por parte dos Estados e instituições/organizações não estatais? Além disso, também é válido o estabelecimento de diretrizes, com bases nas prerrogativas da Organização das Nações Unidas, para processos de reinclusão social das pessoas sobreviventes que foram afetadas pelo tráfico de remoção e comercialização de órgãos. O trabalho conclui que a manutenção da rede de comércio ilegal de órgãos é sustentada por um pilar de movimentação economicamente rentável que tem como principal ator o Turismo de Transplante - o que explica a sua constância nas regiões estudadas. Este sistema usa-se dos indivíduos que são, portanto, coagidos à venda de seus órgãos pela exploração de sua condição de vulnerabilidade socioeconômica e da vulnerabilidade da condição de saúde dos pacientes que urgem por um transplante e pagam preços exorbitantes pelos órgãos - correndo risco de vida em virtude do tratamento duvidoso nos períodos pré e pós-operatório.

Augusto Vagner Soares Martins de Lira /Associação Caruaruense de Ensino Superior - ASCES UNITA
Maria Danielle de Oliveira Ramos /Centro Universitário Tabosa de Almeida