Balanço das oposições políticas na construção do Estado Plurinacional (2009 - 2015)

A pesquisa propõe estudar o rol da oposição política boliviana “parlamentaria” e “extraparlamentaria” no período 2009-2015, a partir de seus momentos constitutivos, considerando como atores opositores os sujeitos sociais e partidos políticos. Com um enfoque qualitativo e através de revisões documentais, análises de processos eleitorais da geografia eleitoral e de revisão bibliográfica, procuramos compreender o aporte da oposição na construção do Estado Plurinacional nos seus primeiros seis anos. Os estudos sobre democracia na Bolívia vêm centrando-se no estudo dos partidos políticos e seu desenvolvimento na política depois de ter obtido o poder. No entanto, outros estudos têm se interessado em analisar os processos políticos que estejam sendo invisibilizados pelo viés da pesquisa politológica tradicional, enfáticos nos sujeitos “formais” da política. A falta de estudos sobre as oposições políticas, é um fenômeno generalizado no continente, reconhecida por autores como Londoño (2016) e Vairo (2017). O caso boliviano não é a exceção, com estudos concentrados no desenvolvimento institucionalista que procura classificar as oposições políticas no grau de deslealdade ao regime democrático, como expõe Zegada (2009). Nesse panorama, esta proposta tentará preencher esta lacuna, mediante um estudo que contempla as oposições como sujeitos principais da análise, considerando também a contribuição na construção do Estado Plurinacional. Tiveram como objetivo principal, explicar o rol das oposições no processo do novo Estado boliviano e na democracia, no período supracitado. Como objetivos secundários, três temas foram elencados, a partir da reconstrução dos momentos críticos da oposição na história política boliviana, entre o período 2009 e 2015, tais como: i) situar uma tipologia das oposições do campo político boliviano, respeito ao nível de institucionalização, ideologia, discurso, estratégias e agenda política; ii) definir os desafios internos, institucionais e aqueles de curto prazo, que as oposições enfrentaram; iii) analisar a transição de “oposição” a “oficialismo”, e a composição da nova oposição nos três períodos identificados. A pesquisa se sujeita ao paradigma interpretativo, tendo como propósitos a compreensão do significado político “opositor”. É uma investigação do tipo qualitativa, com ênfase nas seguintes categorias de análise: “oposição parlamentaria” e a “oposição extraparlamentaria”. Na primeira, estudarão-se os partidos políticos que conformam as bancadas da oposição do parlamento e na segunda categoria, vai se considerar como sujeitos sociais opositores, as organizações sociais e as instituições de representação cívica-cidadãs, autoridades subnacionais eleitas e movimentos sociais que a través de seus repertórios extraparlamentares, instâncias deliberativas, agendas e outros mecanismos de questão, compatibilidade e contribuição ao projeto do país e a agenda 2025.

Mayra Jaqueline Ari Condori /UMSA