A atuação das Redes Transnacionais de Direitos Humanos no combate à violência contra a mulher: um estudo de caso sobre Brasil e México

A política mundial no contexto do final do século XX foi modificada a partir de novos temas na agenda das Relações Internacionais e imersão de atores que, junto aos Estados, tornaram-se capazes de influenciar simultaneamente as arenas doméstica e internacional. Neste cenário, o tema da violência contra a mulher, antes de responsabilidade privada, tornou-se pública e internacional com a articulação de redes transnacionais que, por meio da estratégia de advocacy, pressionam Estados e Organizações Internacionais para fazer resistência e influenciar resultados políticos. A pesquisa se dedica ao estudo e mapeamento destas redes nos casos brasileiro (“Maria da Penha”) e mexicano (“Campo Algodonero”), emblemáticos por terem sido os primeiros a levar o tema ao Sistema Interamericano de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos e considerados bem sucedidos. O estudo pretende entender as estratégias utilizadas nas ações de advocacy e a produção de políticas públicas em cada caso. Sendo assim, o marco teórico retoma principalmente as contribuições de Keck e Sikkink sobre ativismo transnacional e advocacy. A estratégia metodológica escolhida foi o estudo de caso comparado, pois discutiremos de forma aprofundada os casos de policy making brasileiro e mexicano no que tange ao tema de ativismo transnacional para denunciar e erradicar a violência contra a mulher nos países mencionados. Este projeto propõe avançar nos estudos sobre as estratégias de negociação de grupos que compõem as redes transnacionais e instâncias internacionais para garantia de direitos humanos de mulheres.

Eduarda Lattanzi Menezes /UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO