Como os movimentos sociais se adaptam aos contextos políticos? Análise das estratégias e narrativas dos movimentos feministas e de juventudes no novo

O contexto político influencia as estratégias dos movimentos sociais. No Brasil, a partir dos anos 2003, foram eleitos quatro presidentes filiados ao Partidos dos Trabalhadores (PT): duas vezes Luís Inácio Lula da Silva e outras duas vezes Dilma Roussef. Pelo fato de o PT defender agendas progressistas e ser próximo de movimentos sociais, ativistas ocuparam cargos centrais na burocracia — o que contribuiu para a formulação de políticas públicas e intensificação de Instituições de Participação, como as Conferências de Direitos. O impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015 encerrou o ciclo petista no poder, marcando a entrada de governos conservadores: primeiro com Michel Temer (MDB), vice de Dilma que ocupou a presidência do Brasil de 2016 a 2018; depois com a eleição de Jair Bolsonaro (PSl) para presidente, em 2018. Essa mudança do contexto político alterou de que forma as ações, narrativas e estratégias dos movimentos sociais? Tal pergunta é respondida neste artigo por meio da apresentação de entrevistas realizadas com ativistas de movimentos feministas e de juventudes que ocuparam cargos importantes na gestão petista. O artigo traça um panorama da atuação dos movimentos sociais hoje, respondendo dúvidas sobre possíveis mudanças de atuação e elaboração de estratégias de enfrentamento. Ao fazer isso o trabalho mostra que os movimentos sociais alteram seus repertórios, conforme o contexto político, o que não significa que estejam desmobilizados.

Olívia Cristina Perez /Universidade Federal do Piauí
Joana Tereza Moura Vaz /UFRN