Capitalismo, Conflito e Democracia: dialética de uma equação possível?
O presente trabalho objetiva trazer uma reflexão acerca da relação entre capitalismo, conflito e democracia, buscando compreender as possíveis conexões existente entre tais conceitos. As necessidades próprias da manutenção da sociabilidade capitalista acirram as desigualdades materiais, no campo econômico, e as desigualdades de acesso ao poder, na esfera política, essa característica exaspera os conflitos no interior na sociedade na busca por recursos escassos, sejam eles materiais ou simbólicos. Qual o grau de conflito que uma sociedade democrática suporta? Para fazer a discussão proposta, partiu-se de duas formas de resistência apresentadas por James C. Scott e Gramsci. A primeira possui um foco mais individual e a segunda, por sua vez, um foco mais coletivo. Partindo de tais perspectivas buscar-se-á estabelecer conexões entre os conceitos de democracia e capitalismo, tendo a resistência como elemento de ligação. Conclui-se que o enfoque no conflito e na resistência individual reforça a perspectiva de associação da democracia aos métodos de escolha de elites. Além disso, a sociabilidade própria do capitalismo procura constranger as noções de conflito, por ser visto como uma forma de ameaça à sua posição dominante. Nesse sentido, diante dessas duas características, procura-se apontar uma relação conflituosa entre democracia e capitalismo.