Financiamento de campanha no Brasil: Análise da ausência de doações empresariais nas eleições municipais de 2016.
O Financiamento eleitoral no Brasil tem sido um tema muito estudado pela ciência política. Os pesquisadores estudam a forma pela qual o dinheiro das empresas impacta a eleição dos Chefes de Executivo e dos membros do Legislativo. O ano de 2016 colocou em prática no Brasil a legislação que proíbe o financiamento empresarial das campanhas. A relevância desse trabalho é o aprofundamento dos estudos sobre alterações de regras no sistema eleitoral brasileiro. É necessário esclarecer se as novas regras de financiamento de campanha produziram ou não maior equidade na arena da disputa eleitoral. Nosso objetivo foi o de investigar de que forma o impacto da nova legislação eleitoral, que proibiu a doação de empresas a candidatos e partidos, alterou ou não a configuração do poder municipal eleito em 2016. A pesquisa exploratória inicial foi realizada com prefeitos e prefeitas de todo o país. No Brasil, temos o total de 5.570 municípios. As informações foram coletadas no Site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a partir do campo Repositório de Dados Eleitorais. Utilizamos como variáveis de análises independentes: Montante de recursos (recursos próprios, doações de pessoas físicas, recurso do fundo partidário) e como variável dependente: Resultado Eleitoral. Trabalhamos com o perfil social dos eleitos a partir das variáveis como ocupação, gênero, cor, escolaridade, estado civil e faixa etária. Os primeiros resultados nos permitiram um olhar macro para o perfil dos eleitos a partir da mudança de regras de financiamento eleitoral. Os achados iniciais demonstram que houve pouca variação nas ocupações com maior frequência de eleitos, continua a predominância masculina na chefia dos executivos locais, melhorou um pouco a escolaridade dos eleitos, apesar de o indicativo ser de mobilidade nas faixas mais escolarizadas (do ensino médio incompleto em diante). Em algumas variáveis de perfis, nenhuma modificação significativa com a nova regra da ausência de financiamento empresarial.