A Integração Regional na América Latina: Avanços, Obstáculos e Retrocessos
É comum dividir a história da integração latinoamericana, desde a formação dos Estados nacionais na região, em fases ou ondas. Até agora, a literatura constatava a existência de 4 grandes ondas de tentativas de integração regional (SOUZA, 2012; DESIDERÁ NETO, 2014; PASSINI MARIANO, 2015): quando das lutas independentistas, do século XIX até o início do século XX (1); da grande crise de 1914-1945 até o final dos anos 1960 (2); dos anos 1970 até o fim do século XX, com o auge das políticas de corte ultraliberal (3); e do início do século XXI até os dias de hoje, com políticas orientadas por governos de corte progressista (4). No entanto, percebe-se que os últimos anos trouxeram um fenômeno novo à região: uma 5ª onda, de corte conservadora e que vem modificando substancialmente o perfil dos processos de integração regional. Uma das características centrais dessa 5ª onda é a estratégia dos Estados Unidos para manter o controle ideológico na região, ofertando acordos comerciais bilaterais com determinados países, objetivando dividir o movimento integracionista. A partir desse contexto surge o seguinte problema de pesquisa: em que medida a chegada ao poder de novas lideranças latino-americanas, de corte conservador, colocam em risco processos de integração regional como o MERCOSUL, ALBA, UNASUL E CELAC? Nesse sentido, o objetivo central deste texto é analisar o atual momento dos processos de integração regional na América Latina. Parte-se do pressuposto de que processos de integração regional são consequências das políticas públicas de relações internacionais dos Estados e, portanto, estão sujeitos a alterações nos alinhamentos políticos das nações. Ademais, percebe-se que quanto maior é a influência dos Estados Unidos, maior é a desintegração da região. O método de abordagem empregado na pesquisa é o hipotético-dedutivo, com a utilização de técnicas de pesquisa documental e bibliográfica.