Redes políticas e competição eleitoral nos municípios paulistas.

O objetivo geral dessa comunicação é analisar os padrões da competição política a nível municipal. Como objeto de investigação nos debruçamos sobre as eleições ocorridas para o cargo executivo nos municípios paulistas. Algumas razões justificam a escolha das cidades paulistas como lócus de análise. O estado de São Paulo é o mais populoso dentre as unidades federativas brasileiras e conta com o maior colégio eleitoral. O estado possui significativa diversidade socioeconômica, política e demográfica. Ademais, São Paulo também possui um vasto campo político, com alto número de cargos representativos; e todos os partidos registrados no país têm alguma representação no estado. Diante disso, ao longo do trabalho, investigamos a atuação e as estratégias dos partidos nas disputas políticas locais, no que tange a formação de alianças, organização partidária e a oferta de candidatos. O argumento central é que a possibilidade de acesso aos cargos de poder é controlada por lideranças concorrentes, o que pode ocasionar a oligarquização da política nos municípios. O artigo busca contribuir com os estudos que tratam dos padrões de concorrência eleitoral por meio da investigação dos mecanismos que condicionam a oferta de candidatos. Do ponto de vista metodológico, empregamos uma análise quantitativa como forma de captar a variação entre os diversos fatores estruturais e políticos institucionais que incidem sobre a competição. Para tanto, nos utilizamos dos dados disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Entre os principais resultados destacamos que as recentes eleições municipais, tornaram-se mais competitivas e fragmentadas.

Maria Teresa Miceli Kerbauy /Universidade Estadual Paulista ( UNESP)
Thais Cavalcante Martins /Universidade Federalde São Carlos