Ei, você aí me dá um emprego aí: patronagem e burocracia em Pernambuco.
As escolhas de funcionários públicos em Pernambuco são afetadas por critérios de patronagem? Este trabalho procura observar se o governo pernambucano se utiliza de cargos comissionados para garantir apoio político. Para isso, procuramos através de métodos empíricos, como entrevistas semi-estruturadas, mensurar a existência de patronagem e ver como ela afeta a relação entre políticos e burocratas estaduais. Utilizamos para a discussão teórica a bibliografia sobre a relação entre democracia e burocratas, além de uma vasta literatura sobre patronagem. Weber já observava que no Estado moderno, e principalmente nas democracias de massa, pode surgir um conflito entre o corpo político e o estamento burocrático. Aprofundando, burocratas, principalmente quando escolhidos por critérios técnicos, precisam de certa liberdade para exercer suas funções efetivamente. Por outro lado, todos os burocratas estão sujeitos a regras que são necessárias para o bom governo; além disso, eles precisam prestar contas ao Soberano (ou, em uma democracia, ao povo). Pernambuco se destaca no nordeste brasileiro por ser pioneiro em políticas públicas e métodos burocráticos para tornar mais eficiente a entrega destas ao cidadão, de modo que o uso de cargos comissionados acaba sendo indispensável para a ação do governo estadual. Muitas vezes, políticos indicam cargos comissionados com formação especializada para devidas áreas com intenção de mediar esse conflito. Mesmo assim, é possível que os políticos indiquem cargos comissionados utilizando critérios de patronagem. Os resultados indicam que existe patronagem no governo estadual. Podemos concluir que a relação entre funcionário e patronos decorre do apoio eleitoral em função dos cargos.