Politica Publica e respeito à diversidade: defesa pessoal e roda de conversa com migrantes
Temos como pressuposto que as políticas públicas devem ser pensadas como uma expressão de exercício do poder resultante de uma articulação entre o Estado e a sociedade democrática − o que pressupõe relações acionadas no campo da economia que, no entanto, sejam estruturadas em um contexto em que haja capacidade coletiva de formulação de agendas públicas em prol do exercício pleno da cidadania. Nesse sentido, a política pública deve priorizar a justiça social e considerar diferentes níveis de atuação: das ações concretas às ações voltadas para as representações sociais e subjetivas. Tendo em vista essa concepção, e partir de parcerias com a Cáritas Brasil e de agências da ONU, criamos na Universidade Federal de Roraima o Projeto de Extensão “Respeito à diversidade: defesa pessoal e rodas de conversa”, que, por intermédio de duas ações: Rodas de Conversa e aulas de Jiu-jitsu, busca produz reflexões sobre desigualdade de gênero e outras modalidades de dominação (racismo, xenofobia e discriminação de classe), bem como oferecer acolhimento psicossocial e fortalecimento da segurança física/corporal. O projeto destina-se especificamente à mulheres e à população LGBT+, notadamente venezuelanas(xs), que, em função do processo de migração forçada, tem se deslocado para Boa Vista, capital de Roraima, Brasil. Ele tem como lastro duas temáticas emergenciais: desigualdade de gênero e estratégias de defesa contra tal violência (defesa física e defesa psicossocial/elaboração da opressão vivida). Com intuito de ampliarmos o enfretamento à dominação, para o presente congresso, pretendemos compartilhar reflexões teórico-técnicas e resultados do projeto.