A participação brasileira nas Missões de Manutenção da Paz da ONU: trajetória e perspectivas

O Brasil pode ser considerado um país que possui significativa atuação no cenário internacional. Esta vai além das relações bilaterais, engajando-se também nos principais organismos de tomada de decisão, como, por exemplo, na Organização das Nações Unidas (ONU). Sua participação pode ser atribuída a diversas razões, dentre elas para ganhar visibilidade, impulsionar sua política externa e defender seus interesses, assim como proporcionar cooperação e promover valores e a paz internacional. Nesse sentido, o Brasil esteve presente em distintas Missões de Manutenção da Paz da ONU no decorrer dos anos, destacando-se especialmente seu comando na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH). No entanto, com o encerramento desta, sua presença inteiramente voltada à Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e com a chegada de um novo governo, muitas são as dúvidas que pairam sobre qual é o atual e qual será o futuro posicionamento brasileiro em relação à ONU e suas missões de paz. Por conseguinte, o objetivo desse texto é investigar a trajetória brasileira nessas missões para, a partir disso, refletir sobre qual o provável futuro do Brasil no tocante a elas. Dessa forma, o artigo será dividido em quatro partes. Como introdução, serão apontados os principais aspectos da Política Externa Brasileira acerca da ONU. Em seguida, será apresentada a trajetória brasileira nas missões de paz da Organização. Posteriormente, abordar-se-ão as possibilidades que se vislumbram para o Brasil atuar em missões de paz após o término da MINUSTAH. Por fim, diante da trajetória brasileira nas missões de paz e enfatizando a posição que o novo governo aparenta ter em relação à ONU, serão abordadas as expectativas que se criam em relação ao Brasil no que tange a esse tema. Portanto, esta será uma pesquisa de caráter documental e bibliográfico, a qual utilizará obras de variados autores que versam sobre a política externa brasileira e as missões de paz da ONU, documentos da própria Organização, além de notícias e análises que ajudam a delinear os possíveis posicionamentos do país no que tange às missões de paz e à própria ONU.

Ligia Maria Caldeira Leite de Campos /Programa Interinstitucional (UNESP, UNICAMP e PUC-SP) de Pós-graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas