Colocando votos em contexto: jurisdição constitucional no México (1995-2017)
O artigo utiliza um banco de dados original para analisar todos os julgamentos não unânimes de ações de inconstitucionalidade realizados pela Suprema Corte de Justicia la Nación (México) entre 1995 e 2006. A esse material empírico, são aplicados os seguintes procedimentos metodológicos. Em primeiro lugar, uma periodização da série de julgamentos. Para esses efeitos, cada período corresponde ao intervalo temporal em que não ocorrem renovações superiores a um terço da composição da Corte. Em segundo lugar, um mapeamento das posições de cada ministro e ministra da Corte, a partir da mensuração dos graus de divergência entre seus votos. Para isso, são utilizadas diversas técnicas de estimação de pontos ideais. Por fim, o mapeamento das posições dos ministros da Corte é confrontado com uma interpretação política dos votos, que pretende mostrar, para além das discussões jurídicas que eles encerram, seus significados para os conflitos que persistentemente se apresentaram ao juízo da Corte. Os resultados obtidos a partir dessa combinação de métodos quantitativos e qualitativos chamam atenção para a importância do contexto político na interpretação do comportamento judicial e permitem um diálogo produtivo com a literatura que procura explicar o comportamento judicial em outras experiências jurisdicionais, como a brasileira, por exemplo.