Migração e violência contra mulheres venezuelanas em Boa Vista-Roraima-Brasil: Uma análise preliminar
Com o aprofundamento da crise político-social na Venezuela, o Brasil se tornou um dos destinos migratórios possíveis para a população venezuelana. A porta de entrada para aqueles que cruzam essa fronteira é o estado de Roraima. Variáveis como: as características socioeconômicas do próprio estado de Roraima, a vulnerabilidade social dos migrantes recém-chegados, a falta de documentação, a negligência das autoridades locais com a questão migratória e um ambiente de forte polarização política, tornavam as chances de inserção econômico-social desses migrantes algo bastante reduzido. Apesar dessas limitações, o fluxo migratório segue crescente e se manifesta na transformação de praças e ruas, na capital e na cidade fronteiriça de Pacaraima, em “lar” para centenas de famílias (maioria com crianças) que migravam na expectativa de melhores oportunidades de vida. A condição imigratória impõe, principalmente, às mulheres e crianças o agravamento da situação de vulnerabilidade e risco e, consequentemente violação dos direitos humanos. Várias instituições de combate a violência e ao tráfico de pessoas indicam o aumento de denúncias de violência contra as mulheres venezuelanas, principalmente pelo fato de serem imigrantes. Esse trabalho se propõe a abordar as situações e narrativas de violência contra mulheres venezuelanas em Boa Vista-Roraima-Brasil