As implicações do discurso político do governo Bolsonaro sobre a ideologia de gênero no Brasil
O presente estudo tem como objetivo analisar as implicações do discurso político do governo Bolsonaro sobre a ideologia de gênero no Brasil. Eleito em outubro de 2018, no segundo turno, Bolsonaro, na sua campanha política, declarava-se contra a ideologia de gênero. No seu discurso de posse, em 1 de janeiro de 2019, Bolsonaro falou novamente que seu governo iria combater a ideologia de gênero e buscar resgatar os valores tradicionais da família e da tradição cristã. Esse discurso tem gerado bastante polêmica no Brasil, que desde o processo de redemocratização, o país vinha inserindo, por meio de políticas públicas, certas garantias quanto à igualdade de gênero, tendo como principais exemplos a Lei da Maria da Penha, de agosto de 2006, sendo considerada pelo ONU uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres; e a Lei do Feminicídio, de março de 2015, que inclui o como crime hediondo o assassinato cometido por razões da condição de ser do sexo feminino. No entanto, de acordo com a Igreja, no qual representa a visão do novo governo, o feminismo tem causado implicações nefastas na estrutura da família, promovendo uma rivalidade radical entre os sexos. Assim, o presente estudo busca analisar de forma crítica as implicações deste discurso tanto no âmbito nacional como internacional, verificando também as críticas do feminismo e os possíveis retrocessos quanto à igualdade de gênero no Brasil. O estudo terá como base a analise de fontes bibliográficas sobre o tema como estudos científicos, dados governamentais e discursos oficiais do governo Bolsonaro.