(Des)continuidades e (in)congruências entre as eleições de 2016 e 2018 no Estado de São Paulo

As eleições de 2016 e de 2018 reconfiguraram o cenário político brasileiro nos níveis municipal, estadual e federal. Desde 2012, a alta fragmentação partidária já sinalizava que a polarização entre PT e PSDB e a organização e distribuição dos partidos a partir da competição para os poderes executivo e legislativo no âmbito nacional não seriam explicações suficientes para mensurar a decisão dos eleitores e as novas configurações do poder. Neste sentido, o objetivo deste artigo é analisar e comparar o desempenho dos dez maiores partidos nas eleições de 2016 e 2018, no intuito de compreender como se deu a organização e distribuição partidária entre as várias dimensões de municípios e regiões do Estado de São Paulo e do efeito das coligações nestes territórios de diferentes magnitudes. Nossa hipótese é a de que a partir da esfera municipal é possível identificar fatores e tendências capazes de explicar o alinhamento centrífugo das forças partidárias nas competições eleitorais estadual e federal. A partir do estudo do caso do Estado de São Paulo – como um experimento que possa se estender aos demais estados do país num segundo momento – e da aplicação de técnicas de análise de dados categóricos, busca-se verificar a significância, o sentido, a associação e a possível causalidade entre as variáveis relativas ao desempenho dos partidos nas diferentes magnitudes e a sua capacidade de inferir sobre a composição do cenário político nacional, considerando o conjunto complexo das unidades subnacionais.

Maria Teresa Miceli Kerbauy /Universidade Estadual Paulista ( UNESP)
ANDRÉ LUIZ VIEIRA DIAS /Unesp