Filho feio não tem pai: a compra de votos para a reeleição

Esta proposta de comunicação tem por finalidade apresentar um material empírico e analítico acerca da produção de escândalos políticos pela revista Veja no que se refere ao governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) especificamente sobre o escândalo da Compra de votos para a reeleição entre o dia 21 de maio de 1997, edição 1496, ao dia 23 de dezembro de 1998, edição 1578. Tratamos a produção de escândalo na perspectiva gramsciana de bloco histórico em que dois tempos históricos dialéticos, o estrutural e o conjuntural, fundamentam as disputas por hegemonia. Para tanto, tratamos metodologicamente a narrativa de Veja pela operacionalização do conceito de pacotes interpretativos de Gamsom e Modigliani (1989) que busca os núcleos de sentido dos conteúdos sem deixar de lado o contexto histórico, que lhe dá inteligibilidade. Nossas conclusões vão no sentido de apontar que o caráter de corrupção do esquema de compra de votos não é preponderante nas páginas de Veja, bem como a participação do governo federal e de FHC em sua ocorrência.

Tathiana Senne Chicarino /Pontifícia Universidade Católica de São Pailo